terça-feira, 20 de agosto de 2013

RELATÓRIO DE VIAGEM: VISITA TÉCNICA AOS ENGENHOS DO VALE DO COTINGUIBA

         A viagem começou às 8:00 horas da manhã do dia 3 de agosto de 2013, nela participaram alunos do curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Sergipe e de outros cursos como o de Turismo, monitorados pelo Prof. Dr. Antônio Lindivaldo Sousa, da disciplina Temas de História de Sergipe II, com o objetivo de passar por diversas localidades no vale da Cotinguiba que foram importantes centros de produção de açúcar, dando assim aos alunos uma noção mais viva dos espaços onde ocorriam os principais fatos da história de Sergipe entre o final do século XVIII até o início do século XX, demonstrando também uma preocupação latente com a preservação desses lugares.
      A primeira parada se deu por volta das 9:00 horas da manhã na região do município de Laranjeiras na Fazenda Santa Cruz.  As 9:30 Priscilla Araújo Guarino mestranda em história que nos acompanhava na viagem tomou a palavra e nos deu uma pequena palestra, comentou sobre a mobília da casa da Fazenda Santa Cruz que em parte era proveniente do Engenho Pedras em Maruim que foi de propriedade da família Rollemberg. 
    Deixada a fazenda Santa Cruz fomos em direção ao Engenho Pedras em Maruim, aproximadamente às 10:00 da manhã chegamos ao local, esse engenho ,como foi dito, era de propriedade da família Rollemberg, a casa grande fora construída por Gonçalo Rollemberg na segunda metade do século XIX, no modelo do palácio de Aracaju. Ao lado da casa ficava uma capela, e do lado da capela ficavam as habitações que eram reservadas aos escravos, pequenas casinhas, o professor explicou que nelas moravam casais para gerar mais escravos dado a escassez dessa força de trabalho no final do século XIX; nesse período deixa de ser engenho e passa a ser usina, havia uma fábrica onde toda a produção das terras de Gonçalo Rollemberg era levada. O professor Antônio Lindivaldo também nos explicou que a sociedade de engenho de Sergipe era diferente das de outras localidades do estado, o agreste e o sertão, os casamentos só eram realizados entre eles para aumentar a quantidade de terras para os senhores. Nesse engenho foi mostrado também a triste realidade quanto a conservação do patrimônio histórico de Sergipe, a casa grande está praticamente destruída.
        Saímos do Engenho Pedras e fomos em direção ao Engenho do Patí, em Rosário do Catete, que fica nos antigos domínios de propriedade de Leandro Maciel (1825-1909), pai do governador de mesmo nome na década de 50 do século XX. Esse engenho contrasta com o Engenho Pedras pela sua conservação, também guarda um pedaço da história de Sergipe, lá se conservam símbolos da revolta de 13 de julho de 1924, canhões que foram utilizados para guarnecer o litoral da cidade; é importante frisar que Augusto Maynard, o mentor do 13 de julho, era cidadão rosarense.
       Depois dessa visita houve uma parada para o almoço às 12:30 retornando ao nosso caminho às 2:00 da tarde. A próxima parada se deu entre os municípios de Rosário e Carmópolis, onde se localizavam os engenhos Santa Bárbara e o Serra Negra que também foi de propriedade de Leandro Maciel,  ao contrário do engenho do Patí, no engenho Serra Negra não há mais a antiga casa grande, ela já foi destruída, esse engenho foi construído no final do século XVIII e era onde ficava a residência de Leandro Maciel pai, essa localidade dos engenhos Patí, Santa Bárbara e Serra Negra era importante pois ficavam próximos dos principais centros econômicos da época, que eram os municípios de Santo Amaro, Maruim e Rosário. O Serra Negra despontava como grande propriedade até o início do século XIX, ele representou o início da produção açucareira do cotinguiba, mas se comparado ao Engenho Pedras ele é de pequeno porte, as necessidades eram diferentes em sua época de esplendor, com o aumento da demanda do açúcar, a transformação dos engenhos em usinas, a partir da segunda metade do século XIX, e da mudança da capital, o centro econômico se transfere para regiões mais próximas do litoral, por causa dos portos, acontecendo assim o declínio da região de Rosário.
      A última parada aconteceu dentro da cidade de Rosário às 3:30 da tarde onde fomos visitar a ferrovia da cidade e o paço municipal Leandro Maciel, lugar onde ficava a casa dele na cidade e também avistamos a Igreja e ,ao lado, o sítio onde havia residido Augusto Maynard Gomes, aproximadamente às 5:00 da tarde tomamos o ônibus para voltar à Aracaju.

 

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